sábado, 9 de janeiro de 2010

Em ponto de ebulição.


Fugir, morrer, sumir... Essas seriam as melhores coisas para mim nesse momento. Ando tão farta de tudo isso, cheia de não ser reconhecida e sempre ser vista como um estorvo ou o empecilho familiar. Tenho minhas qualidades, meus direitos e claro sentimento que infelizmente NUNCA são visto dentro da minha própria casa. Só sabem me comparar a algo totalmente sem valor que serve apenas como uma ‘empregadinha’ ou ‘ajudante da casa’ parece que TODOS ainda vivem na época em que as mulheres só serviam de empregada, onde não merecem estudar e ter direito de dizerem o que pensam.Enquadro-me no mundo das exceções, pois não sou como todas as garotas da minha idade que só pensam em namorar, popularidade e beleza, que só querem chamar a atenção. Mais ninguém me dá espaço pra mostrar do que sou capaz e no que posso ser boa. Para eles não importa o que eu penso e quero para mim, o que importa é o que a sociedade vai dizer a respeito de quem sou. Não vale a pena viver com medo da sociedade, pois a sociedade hostiliza o próximo por pura inveja.Em casa, ninguém liga para o que eu gosto. Dizem que é tudo incomum, ruim. Não é isso, é que não quero fazer parte de um mesmo grupo onde todos são iguais e sem personalidade. Pode ter certeza, ninguém da minha casa sabe que eu gosto de ler, quero aprender a tocar violão, que eu gosto de escrever e que SEMPRE sou elogiada pela minha capacidade.Só vêem-me como a menina do lar, aquela que deve cumprir com todas as obrigações da casa. Pra quem nem se casar quer, é totalmente sem escrúpulos passar por tamanho trabalho. E sempre eu faço ao máximo possível para que vejam o quando sou dedicada, mais sempre é a mesma coisa... ‘É a sua obrigação, amanhã faça mais e mais’ – poxa, dói pronunciar um elogio? Tantas vezes chego a pensar, ‘vou sumir!’- Para ver se perdendo se dão conta que precisam da minha presença, e se vão me tratar com um pouco mais de afeto. E no dia em que reconhecerem quem sou será o dia mais feliz de toda a minha vida.Vivendo às vezes meramente por viver. Ou, Vivendo incansavelmente para estar sempre adquirindo mais conhecimento e um futuro reconhecimento.Às vezes eu preciso tanto de alguém mais forte que eu, que possa me ouvir e me ajudar mais eu não encontro, pois eu tenho a capacidade de esconder tanto o meu sofrimento que transpareço um ser sem problemas. Às vezes tudo aquilo de bom e bonito que eu consigo dizer ao próximo, acaba quando eu tendo fazer uma alto-ajuda. Deve ser por tudo isso que tenho um certo receio de ser enganada.Tenho tanto medo de um dia chegar num ponto e não suportar mais essa angustia e fazer uma besteira... Por isso, sempre tiro um tempinho para o meu eu e descarrego toda essa minha insatisfação.A perfeição passa longe de mim, mais estou disposta a passar meus dias em busca de ser motivo de orgulho.

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