sexta-feira, 28 de maio de 2010

Reflexos em reflexões.


Já tive certeza um dia. Tanta certeza que jurava estar decidida.
Já tive tanta convicção ao ponto de sentir-me invencível, indestrutível, irrevogável.
Já tive a capacidade de achar que era a ‘dona da verdade’, a única razão a ser seguida e concordada.
De nada me adiantou querer ser a maior. Todo esse orgulho e prepotência foram bons apenas para servir de lição.
Hoje me faço, me monto, me procuro e não me acho. Me invento, me distraio, me desminto.
Busco entender-me, procuro em meu reflexo quem realmente sou e quem um dia quero ser. Parece que o espelho se partiu, a imagem se divide e nesse reflexo infinito perco-me gradativamente.
Quem um dia encontrar a imagem perfeita de quem sou, por favor, peso que me entregue.

P.S: O título deste post foi inspirado num dos meus blogs preferidos.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Deixe-me.


Me deixe por ai. Sentada, de lado, de canto,vendo a vida passar.
Lendo, vivendo, tecendo argumentos, aprendendo a imaginar.
Não me faça sair, acordar e acreditar que não posso tirar os pés do chão.
Deixe-me dormir, deixe-me em paz. Simplesmente D-E-I-X-E.
Crio, cultivo, cuido, minto.
Corro e me calo. Paro e rebento.
O medo me afronta, as duvidas rodeiam e as expectativas se dissolvem.
Cristalina e fervorosa torno-me.
Assim assumo o ar, o vento, a liberdade
me disperso num horizonte vago,
tomo lugares, encontro olhares, tomo posse de tudo,
toco e sinto todos sem ao menos me revelar.
Deixe-me agir, deixe-me ser, sem ao menos mostrar.
Caso contrario, me deixe.
Preciso de solidão, preciso de dor, preciso de ar
Só assim descubro o que fazer.
Se não me perceber, me descreva, me ilustre e imagine
caso não consiga, me deixe, me esqueça.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Longe daquilo que realmente sou.

Quando pequena, resumia minha vida em uma simples palavra ‘FAMÍLIA’.
Com o passar dos anos, meu mundo tomou grande dimensão, minha vida não era possível de ser resumida, apenas passei a relatar as descobertas e grande parte das vezes rasurá-las. Tantas vezes escrevi dentro de mim algo e descobri que aquilo não era a minha melhor escolhe e puis-me a riscar de vez de meus relatos...
Cresci, com uma mentalidade do que é família, base que hoje se faz sólida.
Por fazer de meu contexto infantil minha base familiar, hoje sei o valor que cada um tem e a falta que podem fazer.
Tudo isso parece sem nenhum sentido, sem graça... Mas é que em momentos como os que passei tive tempo para refletir, mais infelizmente nada ficou bom o bastante, pois não consigo falar sobre FAMÍLIA de forma concreta e direta. Tudo sai de forma abstrata.


P.S: F-A-M-Í-L-I-A: apesar das palavras tortas e sem fundamento, eu amo e me importo com vocês. Por, Natália Salles.

O copo sobre a pia.


Vidro: s. m. 1. Substância dura, transparente e frágil. 2. Coisa frágil, quebradiça. 3. Pessoa muito melindrosa ou suscetível.
É assim que me sinto.
Sinto como se fosse algo de tamanha fragilidade, da qual é incapaz de ser tocada.
Sinto-me como um copo. Do qual todos enchem e bebem um pouco, depois é deixada sobre a pia a espera de alguém que vá lavar.
Automaticamente sou desprezada por estar ali sozinha. Da mesma forma fico, pois meu único meio de segurança é a busca de meus pensamentos. Na procura de meus valores percebo quanto minha estrutura é forte: um ser completamente perfeito, que possui pernas, braços e é capaz de usá-los. Mas, ao idealizar-me percebo o quando sou transparente sobre a sociedade. Meus planos, meus sonhos, meus argumentos... Não possuem nenhuma força.
Ás pessoas não me julgam por aquilo tudo que penso, pela minha capacidade; apenas me designam como fraca. Incapaz de fazer tarefas pesadas ou de ter opiniões que valham a pena ser ouvidas. Assim sinto-me aquele copo sujo sobre a pia, onde não tem valor, que é renegado.
Talvez, deva mudar. Não deixar mais que me encham. Às vezes devemos tomar grandes atitudes. Ao invés de ficarmos imóveis e desprezados sobre uma pia, devemos nos jogar ao chão para que deixemos de ser invisíveis.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Coletividade, há.


Ajudar ao próximo é perigoso. Ter boas intenções é duvidoso.
Talvez, querer fornecer um pouco de nosso carinho a um ser desconhecido seja uma idéia muito arriscada. Querer mudar o dia de alguém em 2 minutos é [quase] impossível.
Minha única intenção era a de A-J-U-D-A-R. Mais infelizmente nem todo mundo entende a boa vontade alheia.
Ás vezes, me bate uma tamanha vontade de sair ao mundo pra exclamar!
- Olá, eu tenho um coração pronto pra fornecer-lhe aquela quantia necessária de conforto que lhe faltará! Com licença, entrei na sua vida.
Lidar com pessoas não é fácil. Que bom, adoro desafios!

EGO[CENTRISMO]


Não consigo entender o que esta havendo...
De onde vem todo esse egoísmo existente em mim? Nunca fui assim. Hoje só consigo falar de mim mesma, gostar de mim mesma, ter pena de mim mesma... Isso não faz parte de quem sou.
Não consigo mais usar o plural, vivo numa singularidade incorrespondente.
Sinto que meu egoísmo esta latente, parece que minha compaixão foi se perdendo juntamente de meus casos.
Onde está aquela velha maleabilidade? Senti perder-se assim como o orvalho da manhã com a chegada do sol.
Por favor, se alguém encontrar perdida por ai minha velha e boa formula, peço que a devolva! Peço que me dê de volta a real essência da junção de um todo, não as simples partes de uma parte.Sinto-me um quebra-cabeça impossível de ser montado. Falta-me partes para que se reformule uma esplendorosa imagem.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Oi, posso falar?


Queria gritar.
Sair, sem identidade clamando minha relevância, ação que é tão impossível quanto voar.
As pessoas me sufocam, me impedem de ser livre da maneira que realmente necessito.
Completo será o dia em que a sociedade não me impeça de ser quem sou.

domingo, 9 de maio de 2010

ESCREVER:


O que para muitos é moda, para mim é refúgio.
Por, Natália S.

Teimo em não apagar da minha vida aquela pequena grande parte em que fui feliz e não sabia, e infeliz nas escolhas que hoje me machucam, me corrói e dói...Agora estou aqui mutilada de incertezas, coberta de arrependimento.Sigo, apenas relendo aqueles momentos já vividos, arquivando-os de maneira em que eu possa revivê-los em meus sonhos.
Por, Natália S.

'Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.' {Clarice Lispector}
Só Clarice Lispector pode me entender...

Isolamento.


A falta de tempo e a indisposição me impedem de ser normal.
Sou simplesmente uma estranha, num mundo dominado por meros e comuns mortais que ainda são felizes. Não faço mais parte da rodinha dos despojados, mais sim dos desanimados.
Meu canto, minhas coisas são meus únicos e adorados companheiro. Às vezes pela manhã ao despertar e imaginar todos os leões que matarei ao longo do dia, sinto uma imensurável vontade de não me levantar da cama, de me trancar no quarto e dali não me levantar nem para comer. Mais me conformo e ponho-me a me ajeitar para a grande batalha.
A partir do momento em que estou a ‘viver’, tudo me causa apreensão. Tudo me tira do sério, me desajeita. Construo uma vida própria, mundinho: meu quarto, meu único meio de satisfação. É onde entro, sento e me acho. Volto, a saber, quem sou.
Passa a ser irrevogável o meu medo de viver. O pânico de me cruzar com multidões e a falta de meu mundo me atormentam me desanimam me tiram do sério: fazem-me um ser irracional, totalmente insensível... Estou com medo de tudo. As horas passam, os dias se vão e eu nada aprendi.

far away.


Quero perder o rumo, sair por ai sem destino e ser guiada apenas por meus pensamentos.Sair por ai, sem hora pra voltar, sem uma programação, solitária... Acompanhada apenas da minha liberdade, da minha satisfação.
E assim, no meio do caminho me deparar com alguém que realmente me faz bem e que possa me acolher e que não se importe em ceder seu ombro amigo e um pouco de seu carinho.
Assim como a brisa do mar, resumo em uma pequena palavra o meu remédio: ‘AMOR’.
Queria sentir essa brisa, sem me arrepiar de frio... Queria lidar com ela, assim como lido com o sol, que apesar de forte aquece e mantém acessa em mim a chama da felicidade, que por mais obscura que às vezes se torna não me faz indiferente.
Sinto que me falta à verdadeira força de amar. Devo ter esquecido a receita desse sentimento, em algum canto que me puis a tentar escrever.
Vou desaparecer. O receio de viver, me afasta da sociedade.