sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O que existe realmente ;


Já imaginei que um dia fosse possível acabar com as diferenças e reunir todos num só ideal.
Cheguei a pensar que toda as divergências poderiam se extinguir e as pessoas começassem a pensar no que as outras têm de bom, não o que nos incomoda nelas.
No meio do mundo das palavras livros e textos que eu lia e escrevia, via que tudo isso acontecia.
Fui crescendo e percebi que livros e sonhos enganam mais do que fofoca; percebi também que na vida ninguém quer vencer o mal e se voltar ao ‘felizes para sempre’, as pessoas só esperam que aja um super-herói que as tire do terror e fim.
Nas historinhas, podemos criar e conhecer vilões que se arrependem de serem maldosos e passam a ser do bem, é possível criar mocinhos que formam casais perfeitos e que se amam eternamente.
Eu vivi por 13 anos num mundinho assim, em que eu ainda acreditava em tudo, num mundo sem vaidade e rodeado de simplicidade e acreditando que um dia o meu príncipe ia me notar e seriamos felizes até o fim. Nesse mundo a maldade era coisa de filme, a pobreza era uma opção aos que não queriam compromisso e o amor era apenas uma questão de tempo; hoje a realidade é outra, a maldade se expande como se fosse um vírus... Eu vi que a pobreza não é uma opção, mais a falta de opção. E que o amor da minha vida era um sapo que nunca seria um príncipe, nem mesmo depois do beijo.
A realidade de fora do mundo fantástico dos contos é bem mais cruel do que as maldades dos vilões. Muitas vezes os vilões somos nós mesmos, pois não estamos protegidos de aprender as coisas ruins que estão por ai, por falta de controle e na ânsia de novas experiências existe a influencia e facilmente somos guiados.
A ingenuidade nos leva a confiar em tudo e em todos quando ainda não temos muita idade, com um pouco mais de tempo é possível identificar a mentira no olhar das pessoas, mais mesmo assim não estamos livres de sermos enganados, de tal forma que a quem você transfere mais confiança é capaz de um dia tirar a mascara e revelar sua pior identidade.
Talvez a solução para esses problemas seja desacreditar. Deixar de lado a idéia de que podemos ser felizes para sempre e viver de amor. O correto deve ser viver de planos, planos que possam ter um fundo de possível, e o único amor que possa nos suprir pelo resto da vida é o nosso amor próprio, pois se não passarmos a nos amar pode ser que ninguém nos ame mais.
Largo todo esse devaneio para trás e me foco apenas no que há por vir, com base no que eu sinto e posso realizar. Egocentrismo? Talvez. Mas uma lição à vida me deu, ela me ensinou que ser bom demais com o outro é uma boa isca para enrascadas. Viver a minha própria vida não é nada fácil, mais sonhar com um mundo encantado é inviável no mundo em que vivemos.
Na vida que estamos levando, nas dificuldades que passamos; devemos deixar de viajar com o que tem nos contos de fadas e nos concentrar no que lemos nos jornais.
Felizes para sempre só serão aqueles que viverem por uma eternidade.

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