quinta-feira, 27 de maio de 2010

Deixe-me.


Me deixe por ai. Sentada, de lado, de canto,vendo a vida passar.
Lendo, vivendo, tecendo argumentos, aprendendo a imaginar.
Não me faça sair, acordar e acreditar que não posso tirar os pés do chão.
Deixe-me dormir, deixe-me em paz. Simplesmente D-E-I-X-E.
Crio, cultivo, cuido, minto.
Corro e me calo. Paro e rebento.
O medo me afronta, as duvidas rodeiam e as expectativas se dissolvem.
Cristalina e fervorosa torno-me.
Assim assumo o ar, o vento, a liberdade
me disperso num horizonte vago,
tomo lugares, encontro olhares, tomo posse de tudo,
toco e sinto todos sem ao menos me revelar.
Deixe-me agir, deixe-me ser, sem ao menos mostrar.
Caso contrario, me deixe.
Preciso de solidão, preciso de dor, preciso de ar
Só assim descubro o que fazer.
Se não me perceber, me descreva, me ilustre e imagine
caso não consiga, me deixe, me esqueça.

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